quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

22º Capítulo – Acho que serão namoradas.



No quiero dejar de pensar en ti
No puedo dejar de soñar contigo
Dime qué hago si no estás aquí
Te necesito como el aire que respiro
− Juan Magan in He Llorado Como Un Niño

        Eva abraçou-a e soluçou no seu abraço. Sabia que era hora de parar com aquela birra, aceitar que ela não mandava em nada no que tocasse nos sentimentos da filha.
− Desculpa, Claire. – Eva chorava copiosamente. – Desculpa, Demetria. Peço desculpas também a si… − Eva limpou as lágrimas e olhou as duas que ainda estavam em pé, a olhá-las.
− Caroline. Não precisa se desculpar perante mim, apenas à sua filha. – Caroline acariciou-lhe os cabelos e sorriu-lhe maternalmente.
            Caroline e Demetria entenderam muito bem aquela cena, era a redenção de Eva perante a sua Claire. Eva tinha sido a heroína de Claire em outrora, que a salvou daquela rotina deturpadora. Era tão estúpida em odiar a sua própria filha pelo que ela era, pelo que sentia.
         Naquela noite, Eva acabou com todos os tipos de relações que mantinha com Wilmer e Taylor. Não era saudável continuar com aquilo, para ninguém. Claire convidou Eva a ficar uns dias em casa da sua namorada, não teve como hesitar e abraçou as duas como agradecimento pela aceitação.
          No princípio, Dianna, Eddie, Dallas, Selena e Miley não gostaram muito da presença de Eva em casa, por saberem como Eva era, o que tinha feito a Claire, acabaram por lhe perdoar quando realmente se convenceram que Claire, também, a tinha perdoado. Toda a família se acabou por tornar amiga de Eva, afinal, ela seria a sogra de Demetria.

Fourth And a Half Year Later
Eva morou temporariamente em casa dos Lovato/ De La Garza por meio ano, até conseguir comprar uma vivenda na California. Eva já não tinha motivos para continuar a viver no Texas, queria mudar-se a si, queria mudar-se para perto da filha. Como seria de esperar, a imprensa não tardou em noticiar a boa nova para todo o país.
         Eva visitava a filha todos os dias ou Claire ia visitá-la. Caroline passou, também, a ser uma figura mais presente na família, tornou-se mais próxima de Eva, também, sendo-lhe uma companhia.
       O relacionamento de Claire e Demetria tinha evoluído imenso. Se antes Claire ficava receosa em fazer amor com a namorada, agora era completamente viciada no corpo dela.
    Claire e Demetria tinham inovado imenso nas posições, algumas deram desastrosamente mal e outras perfeitamente mal, e também tinham experimentado alguns brinquedinhos.
      Claire e Demetria conheceram a neta lésbica de Caroline e a sua esposa. Elas eram diferentes, abertas a qualquer tipo de assunto, tinham sido elas a convencê-las a usar os aclamados “brinquedinhos”. Claire e Demetria ficaram sem o que dizer naquele momento, mas acabaram por agradecer a dica e por usufruir dela mais tarde.

Wednesday, 11:21 A.M. Lovato’s House, California
            As duas tinham festejado o aniversário de namoro no dia anterior, queriam festejar fosse o que fosse.
            − Demi? – Claire estava completamente deitada em cima de Demetria, conseguindo ouvir os batimentos cardíacos da sua amada.
            − O que foi, Claire? – Demetria apenas movia os lábios, as suas pálpebras estavam fechadas devido aos “festejos” do dia anterior.
            − E se fôssemos morar juntas? – Claire encarou-a. Demetria retribuiu com uma gargalhada.
            − Nós já moramos juntas, tonta…
          − Eu referia-me a vivermos só nós as duas, numa casa só nossa. – Claire voltou a encará-la, tirando dela apenas um sorriso como aprovação da sua ideia.
            Não tardou para que Demetria e Claire contassem à família. No princípio, estranharam mas acabaram por aceitar a ideia das duas. Dianna ficou triste e ainda tentou dissuadir Demetria, sentiria a falta da sua filha.

Friday, 09:11 A.M. Lovato & Longoria’s House, California
            Fazia quatro anos e meio desde que Claire e Demetria, popularmente dito, tinham juntado os trapinhos. Claire e Demetria tinham-se mudado para uma vivenda não muito longe da casa dos De La Garza. Gostavam de participar nos fins-de-semana da família, mesmo assim, gostavam de passá-los todos juntos na casa das duas. Era uma família enorme.
            Claire e Demetria tiveram as suas zangas e momentos apaixonados, tiveram os piores e os melhores momentos individuais, acertaram e erraram juntas, conquistaram coisas novas individualmente e fizeram amor, tudo dentro daquela casa.
            Claire conseguiu um emprego como cantora num restaurante de luxo e Demetria encontrou emprego como colunista numa revista virada para o mundo LGBTQ+. A vida corria bem às duas que estavam mais felizes que nunca e os E.U.A. já lhes via o potencial, tanto em Claire como em Demetria. Claire estava-se a destacar cada vez mais na área musical e Demetria como colunista e ambas por serem ativistas dos direitos LGBTQ+.
            Claire, ultimamente, parecia triste aos olhos de Demetria. A sua Claire parecia chateada, cansada de tudo e aborrecida, não gostava de a ver assim. Abraçava-a cada noite que passava, mas ela já não a procurava.
            − Claire, podemos falar? – Demetria entrou na cozinha sem fazer barulho. Claire estremeceu e deixou cair a faca com que barrava a manteiga na sua tosta.
            − Sobre o quê, Demetria? – Claire falou sem nenhum entusiasmo, não a encarou e apanhou a sua faca. Não estava com disposição para discutir, limitou-se a não encará-la.
            − Demetria?! – Demetria pensou para consigo. – O que se passa? Sabes que me podes dizer tudo, meu amor… − Demetria caminhou para trás de Claire e abraçou-a. Claire arrepiou-se com aquelas palavras no seu ouvido.
− Tu sabes… Eu quero casar, ter filhos, eu quero fazer uma vida ao teu lado. Eu tenho vinte e quatro anos e tu tens vinte e cinco anos, acho que já é tempo de pensar nas coisas, não? – O seu corpo pressionado contra o balcão quase que cedia as lágrimas de descerem.
            Demetria ficou a pensar naquilo, realmente era verdade. Elas já namoravam há quatros anos, quatro anos! A sua mãe tinha-se casado após dois anos de namoro e ela, ela tinha um namoro de quatro anos que tinha parado de evoluir.

Friday, 09:03 P.M. Marino's Italian Restaurant, California
Dallas tinha telefonado na manhã daquele dia, era raro Dallas telefonar. Dallas sempre tinha sido misteriosa no que tocava a relacionamentos e ainda mais agora.
            Dallas telefonou e perguntou, apenas, se a sua querida irmã queria jantar fora e pôr alguns assuntos em dia. Demetria pensou em negar o convite da sua irmã, não queria deixar Claire sozinha com todos aqueles problemas na relação.
            − E vocês, garotas? – Dallas deu um gole no seu vinho tinto.
            − Nós, nós o quê? – Demetria sabia perfeitamente ao que Dallas se referia, só não queria comentar com ninguém sobre os seus problemas com a sua namorada.
            − Eu sei que vocês estão mal. – Demetria arregalou os olhos. – Sim, Dª Demetria! A mãe pensou em ir visitar-vos e levar uns docinhos, mas ela ouviu um berreiro na porta de entrada. – Aquela era a razão repentina de convidar apenas Demetria para jantar fora.
            − Okay, nós estamos bastante mal. Já ponderei em nos separarmos e cada uma fazer a sua vida.
            − Porquê, porquê tão extrema, Demi? – Dallas pousou o copo encarando brutalmente a irmã.
            − A Claire está desanimada. Ela quer subir de patamar… − Demetria arfou.
            − Como assim subir de patamar? – Dallas adorava esmiuçar todos os detalhes de cada coisa simples para ter a certeza de tudo o que já pensara, com Demetria não era diferente.
            − Casar e ter família, diabo! Isso é subir de patamar! – Demetria foi olhada de lado por algumas pessoas que estavam no local, tinha-se exaltado e subido o tom de voz.
            − Eu sabia… Demi, ela tem razão. Vocês namoram há quase cinco anos, vocês não desempatam mais, vocês não se sentem monótonas? Vazias? – Dallas falou com toda a tranquilidade que nela habitava.
            − Não é assim tão fácil. – Dallas olhou-a de modo a obter respostas. – Nós somos lésbicas, casamento e filhos não são coisas tão fáceis assim. – Dallas riu-se.
            – Demi, o casamento já é legal e as crianças podem, sim, ser facilmente concebidas através de inseminação artificial ou in vitro ou até adoção. Como é que pensas que a neta da Caroline teve filhos? – Continuou a rir-se sozinha. 

Friday, 11:23 P.M. Lovato’s House, California
– Demi? Demi, por favor vem aqui! – Claire gritou pelo nome da amada.
Demetria subiu as escadas sem grande pressa ou pressão, empurrou a porta e deu de caras com Claire à porta do closet do quarto de ambas. Claire estava divinal, diferente de há cinco anos, mais madura.
– Podes-me ajudar? Com os sapatos? – Claire abanava a mão à frente da cara da namorada hipnotizada consigo. Demetria pensava consigo o que estavas prestes a fazer, tinha a sua amada à sua frente, de toalha.
– Claro! – Demetria ajudou-a com os sapatos, ajudou-a a encaixá-los.
– Obrigada, amor. – Ela voltava a chamá-la de amor. – O que estás a fazer, Demi? – Demetria tinha uma caixa com um anel de noivado, bastante brilhante, quando Claire a olhou.
– Queres casar comigo? – Demetria aproximou-lhe a caixa do seu rosto. Claire começou a chorar e a rir num misto de emoções que nem mesmo ela entendia.
– Claro que sim, meu amor! – Claire ajoelhou-se e abraçou a sua recente noiva, o seu choro de felicidade não queria parar. A sua toalha quase caiu corpo abaixo, mas deteve-a.
Demetria colocou-lhe o anel de noivado no quarto dedo da mão esquerda e beijou-a profundamente e genuinamente, achou, por bem, deixar a toalha de Claire cair no chão.
– Ops! – Demetria fingiu arrependimento levando Claire às gargalhadas. Demetria olhou atrevida para a noiva, era suficientemente atrevida para fazer ali mesmo amor com Claire, no meio do chão.
− Demi para de me olhar assim. Sabes como me deixas envergonhada. – Claire repreendeu Demetria batendo-lhe no ombro.
− Desculpa Claire, mas a culpa é tua. – Demetria dava sucessivos beijos entre palavras.
− A culpa é minha? – Claire gargalhou, sabia que se tratava de ironia. Parou repentinamente os beijos quentes de Demetria pelo seu pescoço.
− Sim, tu provocas-me com esse corpo. Qualquer mulher heterossexual se atiraria a ti se te visse nua. Mas essa visão só é e como sempre será minha e de mais ninguém.
− Ah Demi, tu continuas a ser super atenciosa mesmo depois de tudo o que te fiz passar e… − Demetria calou Claire com um beijo cheio de desejo, calor e sobretudo paixão. − Não achas melhor nós fazermos isto na nossa cama que aqui?− A garota de cabelos roxos perguntou entre selinhos molhados.
− Qual é o problema? Quem foi que quis fazer amor no banco de trás de um carro? – Demetria provocou-a, recebendo um olhar de reprovação.
− Mas tu adoraste a maneira como eu dava estocadas profundas em ti. – Claire ripostou percorrendo a extensão entre a boca e os seios de Demetria.
As duas pararam, encararem-se com respirações descompassadas.
Demetria dominou-a, ficando encima dela. Beijavam-se como nunca, os corações descompassados faziam sintonia com o barulho do relógio da mesinha de cabeceira. Não podiam adiar mais, precisavam de se unir como uma só, ter a sua hora de prazer, há algumas semanas que Claire se recusava a fazer amor com Demetria.
Claire parou o beijo por falta de ar, encostou a sua testa à de Demetria – Demi, tu és incrível. – Demetria passou as mãos pelo corpo de Claire que gemeu baixo.
− Agora sim, vais poder amassar-me inteira. − Claire riu safadamente. Uma insanidade percorre-a, tirou às pressas o vestido de Demetria.
Demetria já só tinha a sua lingerie, esfregava a sua intimidade, ainda coberta, com facilidade na intimidade, também vestida, de Claire. Os seus gemidos eram música colorida, sabia que a sua noiva com certeza estaria encharcada.
Tentou apreciar o perfume de rosas, que lhe tinha dado há alguns meses. Fez uma trilha de beijos até aos seios fartos de Claire, abocanhou um dos seus seios sem grandes inibições, alternava entre leves mordidas e chupões, Claire gemia alto sentido as paredes da sua intimidade contrariarem.
− É a minha vez. − Rapidamente ficou em cima de Demetria. Claire beijou-a desesperadamente sendo correspondida na mesma intensidade, mas não demorou muito para que parasse o beijo. Demetria fez uma cara de reprovação, em instantes foi dando leves chupões até aos seios de Demetria. Tirou o seu soutien, massajou os seus seios e beijou-a, como se tratasse da continuidade do beijo anterior. Começou com algo selvagem e cheio de desejo e terminou calmo e ternurento.
Claire mordeu levemente os lábios de Demetria, chupava com intensidade os seus seios alternadamente que levaram Demetria à loucura, fazendo-a arranhar as costas de Claire.
− Podes parar de me arranhar, já terminei o meu trabalho. – Demetria puxou-a para um beijo calmo, voltando a ficar com o controlo de tudo, outra vez.
− Quero ver se te vais conter. Vais ficar completamente suada neste chão sem saberes o que te aconteceu. – Demetria abriu as pernas de Claire, rolou os olhos até à sua intimidade, deu leves beijos na sua intimidade.
Claire já sentia puta tesão por ter a língua de Demetria a chupá-la, cada canto da sua intimidade completamente encharcada.
Fode-me, já. – Claire ordenou-lhe.
Demetria obedeceu. A sua língua quente penetrou o mais profundo que conseguiu, iniciando movimentos frenéticos de vaivém, fortes chupadas e lambidas
– Oh meu Deus! − Claire segurava o cabelo de Demetria, como controlasse os movimentos. Rapidamente Demetria parou os movimentos brevemente e lubrificou dois dedos com a própria saliva, penetrando-a sem dó nem piedade. Davam beijos para abafar os gemidos de Claire, vez ou outra, alguns escapavam. Demetria ria prazerosamente ao ouvi-la gemer ao ouvido.
Sentiu as paredes da sua intimidade contraírem drasticamente, ela iria gozar, aumentou a velocidade até sentir o seu líquido escorrer. Demetria retirou os seus dedos da intimidade de Claire, e deu-lhe a lamber os seus dedos.
Claire empurrou Demetria de leve, retirou-lhe a única peça restante de roupa e massajou-lhe a intimidade. Abocanhou-a sem interrupções, deu leves e macios chupões para não a magoar. Podia notar-se Demetria a cravar as unhas nas costas dela.
Claire foi abrandando, penetrando-a com a língua, trocando por um dedo na sua intimidade. Demetria contorcia-se de prazer até que gozou. Claire fez o mesmo que Demetria, deu-lhe a provar de si mesma.
Claire e Demetria ficaram ali, a encararem-se no chão do closet.
− O que acabamos de fazer foi uma loucura… – Claire beijou-a.

Saturday, 08:13 A.M. Lovato’s House, California
O telemóvel/celular de uma das duas tocou, faltando pouco para as oito e um quarto da manhã. Demetria abraçou Claire por persentir que já estivesse acordada pelas voltas que tinha dado na cama.
− Demi? – Claire chamou-a baixinho.
− Sim? – Demetria respondeu sem ânimo, parte de si ainda dormia.
− Precisamos falar. – Despertou Demetria. – Não dá para ficarmos só nós as duas neste casarão. Eu não quero isso. Eu quero ter filhos, agora que estamos noivas a vontade só cresce… − Claire limpou, o que Demetria suponha, uma lágrima. – Eu quero ter filhos contigo…
− Tens razão. Está na hora de construir uma família. – Demetria abraçou-a com mais força. – Vamos procurar uma clínica hoje, que te parece?
Claire chorou de alegria, por tudo o que um dia foi negro, hoje voltava a ser claro. Voltou a ter uma relação saudável com a sua mãe, afastou o fantasma do seu passado, Wilmer, afastou-se de uma relação tóxica, Taylor, namorou com Demetria, estava noiva dela e agora iria ser mãe.
Queriam ter mais de um filho, sem dúvida. Queriam ter uma gravidez cada uma, pelo menos. Desta vez, Claire engravidaria. Era o pré-acordo delas.
No mesmo dia procuraram uma clínica. Uma clínica de renome, um pouco longe de casa, mas estavam tão ansiosas que isso não seria um problema.
Na clínica, esclareceram a situação delas, eram lésbicas. Foram tratadas com o maior respeito e a maior simpatia, sendo-lhes aconselhada a inseminação in vitro. Demetria doaria os seus dados genéticos juntamente com os do primo de Claire, sendo legalmente delas e parecido com as duas.
Esperaram cerca de duas semanas até o dia da inseminação, tinha sido uma espera agoniante, parecia ter demorado uma eternidade, mas tinha valido a pena. Claire estava extremamente nervosa e animada, enquanto Demetria mal se continha de felicidade só de saber que Claire carregaria o fruto do amor delas.
Todo o procedimento ocorreu como esperado e pouco depois de uma semana, Claire fez o teste de gravidez. Ela estava finalmente grávida.
Quiserem rapidamente espalhar a boa nova. Telefonaram imediatamente a toda a família que ficaram deliciados com a notícia. Seria o primeiro neto de Eva e de Dianna.

04 Months Later
Saturday, 10:24 A.M. Public Civil Registry, California
A notícia da gravidez de Claire caiu que nem uma bomba na imprensa americana. Era o filho de um casal de lésbicas, claro que tinha de ser polémico, não esquecendo que era Claire Longoria. Polémico por ser um filho de lésbicas ou de Claire?
Apesar da polémica, Claire e Demetria descobriram dois meses antes do casamento, que Claire estava grávida de gémeas. O fruto do amor delas tinha-se multiplicado. Em volta de toda a polémica, preferiram esconder a notícia da imprensa.
Depois de a polémica ter abafado, Claire e Demetria decidiram dar o nó quatro meses após saberem da gravidez de Claire. Tiveram tempo suficiente para pensar em cada pormenor que a celebração necessitaria, os convidados e o banquete pessoal.
            Convidaram os pais, os irmãos, o primo George e alguns amigos muito próximos, não queriam pessoas desnecessariamente convidadas. O banquete seria em casa delas, lembrando o máximo possível a união familiar.
            O registo civil ficou repleto de caras conhecidas, levando o nervosismo de ambas embora. Claire sorria de orelha a orelha ao ver a sua mãe sentada na primeira fila, e sorria juntamente com Demetria ao verem Caroline e George ao lado delas como padrinhos da união.
− Eu, Demetria Devonne Lovato, recebo-te por minha esposa a ti, Claire Smith Longoria, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. – Demetria pronunciou as tradicionais palavras enquanto segurava as mãos da sua amada.

− Eu, Claire Smith Longoria, recebo-te por minha esposa a ti, Demetria Devonne Lovato, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. – Claire repetiu as mesmas palavras tentando parar as lágrimas enquanto as suas mãos eram seguradas pela sua amada.

            Eram agora casadas.

05 Months Later
Friday, 11:43 P.M. Lovato’s House, California
Claire estava quase no final da sua gestação. Em breve, Demetria e Claire seriam mães e poderiam desfrutar de ter as suas filhas nos braços. Mas isso não as impedia de terem uma noite, uma noite sequer de prazer, afinal a barriga não era exageradamente grande para atrapalhar.
            Iam dizendo adeus à família que tinha jantado em casa delas depois do tradicional programa famíliar. Tinha sido um jantar maravilhoso com Selena e Miley, que tinham viajado para a Grécia com os respetivos namorados para passar férias nos últimos dois meses; George, Eva e Caroline, que tinham ido ao Canadá visitar o país que viu Caroline nascer; Madison, Dianna, e Eddie, que tinham viajado pelo Japão e México e Dallas que se tinha refugiado temporariamente no seu apartamento algures na Califórnia para concluir um livro que, segundo ela, já estava há demasiado tempo no forno.
− Foi um prazer ter-vos aqui a jantar connosco antes da Michelle e da Lauren nascerem. – Demetria despediu-se por fim da sua mãe.
            − Meu amor, cuida bem de ti, sim? Prometes isso à tua mamã e à Carol? – Eva abraçava a senhora de lado. Desfez o abraço e depositou um beijo na barriga da filha. – Tu sabes que é uma gravidez de risco e se alguma coisa correr mal… sim? – Os olhos encheram-se de água, prestes a transbordarem. Por ironia do destino, Claire teve algumas complicações no decorrer da gravidez, talvez as preocupações e o stress que a mídia provocava por serem um casal influente.
            − Ouve a tua mãe, Claire. As mães têm sempre certeza sobre tudo. – Caroline chamou-a à atenção − E nada de resmungares. – Caroline balançou negativamente o dedo.
            − Podem deixar, Carol e Eva. Eu cuido da nossa querida teimosa. – Demetria puxou Claire para um beijo, carinhoso mas bastante profundo.
            − Custava-me crer que a minha filha fosse mais feliz com uma mulher do que com um homem que eu própria teimava em escolher. Demi, tu estás realmente de parabéns. A Claire escolheu bem. − Eva abraçou fortemente Demetria.
            − Claro, mãe. Errou, mas quem não erra, certo? − Claire abraçou a mãe e em seguida Demetria.
            − Temos de ir, Eva. Se não o Eddie arrasta-nos. – Caroline avisou Eva.
            − Até mais, meninas. Fiquem bem!
            Eva e Caroline acenaram um último adeus, fecharam a porta assim que viram o carro a desaparecer no horizonte. Claire esperou que Demetria acabasse de fechar a porta branca. Pôs as suas mãos na cintura fina da esposa e beijou-a tranquilamente, transmitindo a sua felicidade e nervosismo por faltar tão pouco tempo. Demetria pôde apreciar toda a ternura que Claire transmitia, com delicadeza encostou-a à parede gélida da cozinha.
            − Parece que tudo não passa de um sonho… – Demetria colocou os cabelos de Claire atrás da orelha, mesmo sabendo que acabariam por voltar a cair para a frente.
            − Eu quero ser tua para sempre, Demi. Simplesmente. − Claire falou delicadamente, deixando-se levar na profundidade dos olhos da esposa.
            Demetria sorria o máximo que podia e riu levemente, não por achar graça, mas porque aquelas palavras a levavam à plenitude máxima da sua alma.
            − Vamos para o nosso quarto? Estas duas traquinas não estão quietas. − Claire acarinhou a sua barriga, confessando baixinho de maneira engraçada.
            − Claro. Tudo por causa destas duas. – Demetria riu. Guiou Claire até ao seu quarto, de mãos dadas, a sorrir até ao quarto. Demetria depositou um último beijo no seu pescoço, arrepiando e excitando cada parte de Claire.
            Já se preparavam para deitar, mas era óbvio que não conseguiriam adormecer tão rapidamente. Estavam tão apaixonadas uma pela outra, queriam admirar-se mutuamente através do amor que nutriam uma pela outra.
            − Demi, olha só! − Claire estava sentada com uma almofada atrás das suas costas quando agarrou na mão de Demetria. As suas gémeas, ou uma delas, pontapeava a barriga de Claire. Eram realmente muito irrequietas.
            Demetria estava surpresa, estava emocionada por ainda mal acreditar que eram as suas filhas, as suas filhas já davam sinais de que as queriam conhecer.
            − Oh, Demi! Não chores! – Claire limpou a sua lágrima.
            − É de felicidade, meu amor. – Demetria estava loucamente feliz que recorria frequentemente ao riso. Beijou Claire na barriga, nos seus lábios, agora inchados devido à gravidez, e depois no pescoço.
− Tu deixas-me arrepiada com isso. – Demetria tinha plena consciência de como a deixava, louca por ela.
Sabia como estava sensível ao seu toque, sabia como era muito mais fácil e frequente ser ela a dar prazer a Claire e assim obter o seu. Beijou superficialmente os seus seios.
            Por cima da sua peça intima, Demetria massajava-a. Claire tinha-se calado pondo as mãos nos ombros de Demetria. Não demorou muito até deslizar a sua mão para dentro da peça intima e sentir a lubrificação da sua esposa, apenas massajando-a circularmente.
            Claire iniciou um beijo calmo, mas longo. Evitava os gemidos que seriam horrivelmente altos e sentidos ao máximo devido à sua sensibilidade. Demetria puxou-a para baixo, obrigando-a a deitar-se, dar-lhe-ia mais permissão para a começar penetrar.
            Os seus dois dedos entravam e saíam facilmente, aumentando a velocidade e profundidade. Demetria parou quando as ancas de Claire pararam de rebolar com um último gemido estrondoso e quando sentiu os dedos inundados de um líquido mais pegajoso.
Claire prontamente lambeu os dedos de Demetria, que sempre lhe dava a provar, olhando-a intensamente. Beijou-a, seguidamente.
            Demetria continuou com o jogo de olhares diretos e profundos. Sem nunca a deixar de olhar, dirigiu-se à sua intimidade. Sem apressar, penetrava de modo delicado Claire que puxava os lençóis, era excitante vê-la assim por sua causa.
Claire gemeu uma última vez arqueando a sua coluna. O pique da onde de prazer de Claire explodiu, por fim, na boca de Demetria.

Saturday, 04:39 A.M. Lovato’s House, California
Claire abriu os olhos ainda pesados de sono. Não se conteve em lembrar da noite que tivera e também que completava nove meses de gravidez. Olhou para os braços de Demetria que a rodeavam e acariciou as mãos da sua esposa que estavam por cima da sua barriga. Demetria despertou e sorriu.
            − Não consegues dormir também? – Demetria disse quase como um sussurro aninhando-se ainda mais contra Claire.
            − Não, estou apenas ansiosa para ver estas duas traquinas, Demi. Passamos por tanto, parece um sonho. − Claire deu um último beijo a Demetria e calou-se, tentando descansar.

Saturday, 05:45 A.M. Lovato’s House, California
            Claire voltou a acordar, desta vez sentiu um líquido quente a escorrer entre as suas pernas, para não falar que o seu corpo começava a lentejar de dor. Claire pensou imediatamente no óbvio, entrara em trabalho de parto.
            − Demi! Demetria acorda! – Claire gritou aos ouvidos de Demetria, sentindo a sua garganta sufocar em agonia devido ao que estava prestes a acontecer.
            − Dorme que isso passa… – Demetria aconselhou-a pensado que se tratasse de um pontapé das gémeas. Demetria estava exausta de não passar uma única noite descansada sem acordar uma vez que fosse, não atirava as culpas a Claire, longe disso.
            − Não é isso. – Começou a ter contrações cada vez mais fortes, forçando uma careta de dor para que aquilo aliviasse. – Demetria, as gémeas… − Foram as únicas palavras que Claire conseguiu pronunciar e que Demetria conseguiu ouvir com clareza nítida.
            Levantou-se em sobressalto, vestiu-se à pressa e ajudou Claire a vestir alguma coisa. Telefonou aos prantos à obstetra de Claire, que por coincidência não atendeu à primeira tentativa.
            Claire gemia de dor deitada na cama, enquanto Demetria aguardava impaciente o barulho de que a Dr.ª Cassandra teria atendido

− Dr.ª Cassandra? As águas da Claire rebentaram. – A sua voz tentava transmitir uma Demetria calma, mas a sua rapidez a falar dava a entender o contrário.
− Agora mesmo? – Dr.ª Cassandra respondeu com uma voz sonolenta – Vou a caminho do hospital. Mantenha a calma e leve a sua esposa para o hospital.

Demetria respondeu prontamente com “Okay” e desligou a chamada, preparando-se para enfrentar o trânsito surgido do nada à hora mais inconveniente. Obedecendo às instruções da Dr.ª Cassandra, virou-se para ajudar Claire a tentar andar até ao banco do acompanhante do carro.

Saturday, 05:57 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
Demetria estacionou às pressas à entrada do hospital, andaram até à receção do hospital com cuidado. Uma das enfermeiras ajudou-as de imediato, sentando Claire numa cadeira de rodas. Demetria conseguiu dar um selinho curto nos seus lábios antes de a ver a afastar-se no vazio do corredor para o bloco da sala de partos. Claire sorriu-lhe pela primeira vez depois das suas águas terem rebentado.
Uma outra enfermeira apareceu pedindo a Demetria que aguardasse nas cadeiras de espera. Seria insignificante estar sentada ou nada, Demetria acabaria por se levantar e correr o hospital inteiro por ansiedade.

Saturday, 06:05 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
− É o vosso primeiro filho? – Demetria já se preparava para levantar e percorrer o hospital quando uma enfermeira se sentou e iniciou a conversa. Ela tinha reparado na sua ansiedade a léguas.
− É sim! – Demetria sorriu ao pensar no sorriso que Claire lhe tinha fornecido, porém havia alguma coisa que lhe dizia que alguma coisa de mal aconteceria. Lágrimas formaram-se nos seus olhos ameaçando descer sem controlo.
− Não fique assim, minha linda. Vai correr tudo bem. – A senhora abraçou-a. – Ela já entrou há muito?
− Não, ela acabou de entrar. – Demetria levantou a cabeça, não lhe valia de nada criar paranóias.
−  Tenha calma. Vai correr tudo bem. – A enfermeira, que teria perto de cinquenta anos, sorriu-lhe. – Vim lhe perguntar se queria assistir ao parto. – Demetria sentiu arrepios, engoliu em seco apavorada com a ideia. Restou-lhe acenar positivamente a cabeça e seguir a enfermeira corredor afora.
Para que pudesse assistir ao parto, Demetria entrou numa sala para se vestir com uma roupa especial e higienizada. Depois de dois minutos sobre o que aconteceria ali, pôde entrar e ver Claire deitada e pronta para o que se sucederia. Dr.ª Cassandra também já estava a postos para o que aconteceria, acalmando Claire.
Demetria permaneceu ao lado da sua esposa dando-lhe a sua mão para que esta a segurasse, sentindo a sua mão ser quase “esmagada” pela sua força misturada pela agonia e dores.
Tudo estava a correr muito bem até Claire ter uma queda de pressão, Demetria tinha-o pressentido. Os médicos comunicaram pelos olhares atrapalhando-se na circulação pela sala, pediram educadamente a Lovato para se retirar e esperar do lado de fora.
Demetria, de facto, estava calma e saiu sem barafustar, afinal não ajudaria. Uma vez fora da sala, permitiu que o seu corpo caísse na cadeira, imaginando todos os cenários possíveis tendo um ataque incontrolável de choro e soluços. Não queria acreditar que a vida lhe tiraria o seu bem mais precioso, ela. Que raio de ironia, hein vida?
Jurava que estava a ter um ataque de pânico ali mesmo, uma dor no peito avassaladora domou-a sem rédeas. Já há muito que deixara de seguir a religião tal como ela era, geralmente, ensinada, preferia acreditar na sua fé e não na dos outros, mas foi ali que começou a rezar no desespero.
Restava-lhe acalmar-se e os bons momentos passavam como flashbacks na sua mente. Momentos repletos de felicidade que tiveram, como se conheceram, o primeiro beijo, a reconciliação, o pedido de namoro que valeu a pena esperar e as noites em que se amavam no meio da guerra de lá fora… Havia uma grande hipótese de só restar isso.
O casamento foi, sem dúvida, maravilhoso aos seus olhos. Ambas envergavam vestidos brancos com rendas na parte superior e a parte inferior eram em lápis, mas não era isso que as fazia lembrar daquele dia, era o sorriso delas. O sorriso mais sincero, cheio de emoção que mais um pouco rebentaria.
A lua-de-mel que fora um pecado de tão maravilhosa que fora. Fizeram loucuras não planeadas, Claire revelara-se muito menos tímida que inicialmente. Gostava dela quando era mais “inocente” nesse quesito, mas amava-a agora que estava mais à vontade. Mesmo depois da lua-de-mel, Claire pedia, fazia e sugeria coisas.
E como podia esquecer o dia da inseminação? Claire estava fora de si, ansiosa, nervosa, alegre, mesmo não admitindo nem transparecendo muito tais emoções, porém bastava olhá-la para lhe ler a alma. Seria possível ficar indiferente em relação a Claire carregar alguém, que viriam a ser duas, provinha delas?
O que dizer do momento em que descobriram ser duas meninas? Sabiam da probabilidade de poderem ser gémeos, mas duvidavam que lhes acontecesse. As suas mães ficaram extremamente emotivas com a notícia, tomando a livre e espontânea vontade de comprar o enxoval, decorarem o quarto dos bebés, as roupas, brinquedos…
No início da sua gravidez, Claire teve algumas oscilações no humor. Foi dos oito aos oitenta, ou estava extremamente sensível ao ponto de discutirem aos altos berros ou com um desejo obsessivo pelo prazer que Demetria lhe poderia fornecer. Demetria tentava não se abalar muito com isso, eram as hormonas da gravidez, era o medo de estar grávida pela primeira vez. Era o medo e a excitação.
            Só que, neste momento, preferia aturar um surto neurótico de Claire devido às suas hormonas que estar sentada naquela cadeira com marcas evidentes de que milhares de pessoas já se tinham sentado lá. O que faria se ficasse sem o seu grande amor pelo qual lutou sem se arrepender? Ou sem os seus amores que ainda não conhecia? Fechou os olhos, permitiu-se que descansasse por segundos daquele pesadelo real.

Saturday, 09:10 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
            − Menina? – Demetria acordou com suaves abanos de uma jovem enfermeira. Demetria ainda estava sentada naquela cadeira, quanto tempo se tinha passado? Não fazia ideia do tempo que tinha dormido, mas tinha-lhe feito bem.
            − Sim? – Após se endireitar na cadeira, Demetria respondeu à enfermeira.
            − As suas filhas já nasceram. – A enfermeira falou entusiasmada. – Quer-me acompanhar? – Demetria levantou prontamente para seguir a enfermeira. Os corredores estavam muito mais barulhentos que quando tinham chegado.
            Sentia um súbito calor invadir-lhe o corpo ao aproximar-se do quarto M27, ouviu choros de bebé. Eram as suas filhas.
            Assim que a enfermeira abriu a porta, viu Claire sentada de cabelos desarranjados. Claire saciava a fome aos bebés, um em cada peito. Era maravilhoso ver aquela imagem, Claire comunicava-se com os bebés através de sorrisos. Demetria avançou e sentou-se perto da sua esposa, que já tinha reparado na sua presença.
            − São as nossas filhas, Demi. – Claire sussurrou como se ainda não acreditasse.
Michelle e Lauren, era o nome das suas filhas. Michelle era mais velha catorze segundos e mais parecida com Demetria, enquanto Lauren era o retrato claro de Claire.
Demetria não tardou em telefonar à família e amigos mais próximos. Ficaram radiados pelas gémeas quando as puderam ver e a Claire que descansava.

05 Months Later
Saturday, 03:21 P.M. Barnes & Noble, California
            Michelle e Lauren cresciam a olhos vistos, ficando cada dia mais parecidas com as suas mães. Demetria e Claire estavam cada vez mais satisfeitas com a sua vida profissional e pessoal, só tinham motivos para sorrirem.
            Dallas tinha finalmente concluído a escrita do seu livro, ou como lhe chamava, a sua “obra-prima” que tinha demorado cerca de cinco anos. Dallas confessava que lhe tinha dado muito trabalho, muitos esgotamentos, dores de cabeça, mas também lhe tinha proporcionado muita alegria ao escrevê-lo.
            A veia curiosa de Claire não se calou para lhe perguntar a sinopse e personagens ao que recebeu um “Logo, verás.” como única resposta.
            Dallas tinha finalmente aparecido para começar a apresentação do livro “Who’s That Girl?” no Barnes & Nobles. Estavam imensas pessoas da família e amigos da família e de Dallas, estava um frenesim quando surgiu no pódia frente à multidão.
            Dallas tinha mudado imenso, tinha o cabelo mais curto e claro, para não falar que namorava alguém às escondidas.
            – Boa tarde! Eu sou Dallas Lovato, a autora de “Who’s That Girl?” – Dallas começou por uma breve apresentação sua e do livro, que mal ela sabia que iria ser um best-seller meses depois. Não era a sua primeira apresentação, mas era visível a sua nervosidade.
            Dallas olhou para as primeiras filas onde se encontrava Demetria e Claire, Dianna, Eddie, Madison e a sua amiga Rose e George, para o qual sorriu mais abertamente.
            – O livro está disponível para compra em qualquer livraria online ou física a partir de hoje. – Uma ovação começou. – Queria esclarecer que é um romance, um romance lésbico. – Um silêncio dominou o local enquanto alguns torciam o nariz chocados com a novidade. – Este é um romance inspirado na minha irmã e cunhada. – Dallas olhou-as, ambas olhavam-na incrédulas com a homenagem. – Eu senti-me inspirada pelo amor das duas e comecei a escrever este livro há anos e foi por isso que não pude acabar tão cedo. Devo dizer que aliei a história delas com parte de uma história fictícia que criei. Ah, e devo agradecer à pessoa que me ajudou com os detalhes da história da minha irmã, o meu namorado, George Smith.
            O espanto abateu-se pelo local, aquele era o amor secreto de Dallas, o primo de Claire. Demetria e Claire ficaram maravilhadas, não podiam acreditar que era ele durante todo aquele tempo. George encolheu os ombros como resposta aos olhares maravilhados das duas.
            Assim que a apresentação terminou, Claire e Demetria bombardearam Dallas com perguntas.
            – Sua safada, como conseguiste esconder isto? – Claire bateu de leve no ombro de Dallas. Claire passava Michelle de braço para braço devido ao seu peso já se fazer notar.
            – Não faço ideia. Sentia-me como uma miúda de dezasseis anos a viver o seu primeiro amor. – Dallas beliscou a borda do copo de champagne ao ver George aproximar-se.
            – Eu fui o teu primeiro amor com dezasseis anos. – Dallas corou ao George a abraçar de lado.
            Era verdade, George e Dallas tinham-se conhecido por acaso com dezasseis anos no liceu. Tinham sido o primeiro e último amor de cada um, tinham sido o primeiro beijo, o primeiro namoro, a primeira vez, o primeiro tudo de cada um.
            Claire e Demetria sorriram-lhes e deixaram o casal a sós. Queriam ficar perto da família, aproveitar os últimos dias antes de seguirem para férias no Havai com as gémeas e Madison e Rose.
            – Traz-me uma certa nostalgia, este sítio. – Dianna sorriu para a filha. – Lembro-me de passar aqui todos os dias depois da escola com a Demetria quando o Patrick se foi. – Demetria abraçou a mãe com Lauren nos braços.
            – Parece que, agora, a família está reunida. – Claire sorriu enquanto Michelle brincava com os fios de cabelo da mãe.
            – Verdade. Agora é a vez de a Madison dar a conhecer os namorados à família. – Dianna olhou para Madison e deu um gole no seu champagne. Eddie ficou nervoso, custava-lhe acreditar que a sua “bebé” estava a crescer e em breve voaria para longe do ninho do pai.
            – Acho que serão namoradas. – Claire riu suavemente ao olhar para Madison ainda sentada na cadeira a falar com Rose, para quem olhava apaixonada. Claire e Demetria conheciam bem aquele padrão de olhares.

Fim

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