No quiero dejar de pensar en ti
No puedo dejar de soñar contigo
Dime qué hago si no estás aquí
Te necesito como el aire que respiro
− Juan Magan in He Llorado Como Un Niño
Eva
abraçou-a e soluçou no seu abraço. Sabia que era hora de parar com aquela
birra, aceitar que ela não mandava em nada no que tocasse nos sentimentos da
filha.
− Desculpa, Claire. – Eva
chorava copiosamente. – Desculpa, Demetria. Peço desculpas também a si… − Eva
limpou as lágrimas e olhou as duas que ainda estavam em pé, a olhá-las.
− Caroline. Não precisa se
desculpar perante mim, apenas à sua filha. – Caroline acariciou-lhe os
cabelos e sorriu-lhe maternalmente.
Caroline e
Demetria entenderam muito bem aquela cena, era a redenção de Eva perante a sua Claire.
Eva tinha sido a heroína de Claire em outrora, que a salvou daquela rotina deturpadora.
Era tão estúpida em odiar a sua própria filha pelo que ela era, pelo que sentia.
Naquela
noite, Eva acabou com todos os tipos de relações que mantinha com Wilmer e
Taylor. Não era saudável continuar
com aquilo, para ninguém. Claire
convidou Eva a ficar uns dias em casa da sua namorada, não teve como hesitar e
abraçou as duas como agradecimento pela aceitação.
No
princípio, Dianna, Eddie, Dallas, Selena e Miley não gostaram muito da presença
de Eva em casa, por saberem como Eva era, o que tinha feito a Claire, acabaram
por lhe perdoar quando realmente se convenceram que Claire, também, a tinha
perdoado. Toda a família se acabou por tornar amiga de Eva, afinal, ela seria a sogra de Demetria.
Fourth And a Half Year
Later
Eva morou temporariamente em casa dos Lovato/ De La Garza por meio ano, até
conseguir comprar uma vivenda na California. Eva já não tinha motivos para
continuar a viver no Texas, queria
mudar-se a si, queria mudar-se para perto da filha. Como seria de esperar,
a imprensa não tardou em noticiar a boa nova para todo o país.
Eva visitava
a filha todos os dias ou Claire ia visitá-la. Caroline passou, também, a ser
uma figura mais presente na família, tornou-se mais próxima de Eva, também,
sendo-lhe uma companhia.
O
relacionamento de Claire e Demetria tinha evoluído imenso. Se antes Claire
ficava receosa em fazer amor com a namorada, agora era completamente viciada no corpo dela.
Claire e
Demetria tinham inovado imenso nas posições, algumas deram desastrosamente mal
e outras perfeitamente mal, e também tinham experimentado alguns brinquedinhos.
Claire e
Demetria conheceram a neta lésbica de Caroline e a sua esposa. Elas eram diferentes, abertas a qualquer tipo de assunto, tinham sido
elas a convencê-las a usar os aclamados “brinquedinhos”.
Claire e Demetria ficaram sem o que dizer naquele momento, mas acabaram por
agradecer a dica e por usufruir dela mais tarde.
Wednesday, 11:21 A.M.
Lovato’s House, California
As duas tinham festejado o
aniversário de namoro no dia anterior, queriam
festejar fosse o que fosse.
− Demi? – Claire estava completamente deitada
em cima de Demetria, conseguindo ouvir os batimentos cardíacos da sua amada.
− O que foi, Claire? – Demetria
apenas movia os lábios, as suas pálpebras estavam fechadas devido aos “festejos” do dia anterior.
− E se fôssemos morar juntas? –
Claire encarou-a. Demetria retribuiu com uma gargalhada.
− Nós já moramos juntas, tonta…
− Eu referia-me a vivermos só nós as
duas, numa casa só nossa. – Claire voltou a encará-la, tirando dela apenas um
sorriso como aprovação da sua ideia.
Não tardou para que Demetria e
Claire contassem à família. No princípio, estranharam mas acabaram por aceitar
a ideia das duas. Dianna ficou triste e ainda tentou dissuadir Demetria, sentiria a falta da sua filha.
Friday, 09:11 A.M.
Lovato & Longoria’s House, California
Fazia quatro anos e meio desde
que Claire e Demetria, popularmente dito, tinham
juntado os trapinhos. Claire e Demetria tinham-se mudado para uma vivenda
não muito longe da casa dos De La Garza. Gostavam de participar nos
fins-de-semana da família, mesmo assim,
gostavam de passá-los todos juntos na casa das duas. Era uma família enorme.
Claire e
Demetria tiveram as suas zangas e momentos apaixonados, tiveram os piores e os melhores
momentos individuais, acertaram e erraram juntas, conquistaram coisas novas
individualmente e fizeram amor, tudo
dentro daquela casa.
Claire
conseguiu um emprego como cantora num restaurante de luxo e Demetria encontrou
emprego como colunista numa revista virada para o mundo LGBTQ+. A vida corria
bem às duas que estavam mais felizes que nunca e os E.U.A. já lhes via o potencial, tanto em Claire como em Demetria. Claire
estava-se a destacar cada vez mais na área musical e Demetria como colunista e
ambas por serem ativistas dos direitos LGBTQ+.
Claire,
ultimamente, parecia triste aos olhos de Demetria. A sua Claire parecia
chateada, cansada de tudo e aborrecida, não
gostava de a ver assim. Abraçava-a cada noite que passava, mas ela já não a procurava.
− Claire, podemos falar? – Demetria entrou na cozinha sem
fazer barulho. Claire estremeceu e deixou cair a faca com que barrava a
manteiga na sua tosta.
− Sobre o quê, Demetria? – Claire falou sem
nenhum entusiasmo, não a encarou e apanhou a sua faca. Não estava com
disposição para discutir, limitou-se a não encará-la.
− Demetria?! – Demetria pensou para
consigo. – O que se passa? Sabes que me podes dizer tudo, meu amor… − Demetria
caminhou para trás de Claire e abraçou-a. Claire arrepiou-se com aquelas
palavras no seu ouvido.
− Tu sabes… Eu quero casar, ter filhos, eu quero fazer uma vida ao teu
lado. Eu tenho vinte e quatro anos e tu tens vinte e cinco anos, acho que já é
tempo de pensar nas coisas, não? – O seu corpo pressionado contra o balcão
quase que cedia as lágrimas de descerem.
Demetria ficou a pensar naquilo,
realmente era verdade. Elas já
namoravam há quatros anos, quatro anos!
A sua mãe tinha-se casado após dois anos de namoro e ela, ela tinha um namoro
de quatro anos que tinha parado de evoluir.
Friday, 09:03 P.M. Marino's
Italian Restaurant, California
Dallas tinha telefonado na manhã
daquele dia, era raro Dallas telefonar.
Dallas sempre tinha sido misteriosa no que tocava a relacionamentos e ainda
mais agora.
Dallas
telefonou e perguntou, apenas, se a sua querida irmã queria jantar fora e pôr
alguns assuntos em dia. Demetria pensou em negar o convite da sua irmã, não
queria deixar Claire sozinha com todos aqueles problemas na relação.
− E vocês, garotas? – Dallas deu um gole no seu vinho tinto.
− Nós, nós o quê? – Demetria sabia
perfeitamente ao que Dallas se referia, só não queria comentar com ninguém
sobre os seus problemas com a sua namorada.
− Eu sei que vocês estão mal. –
Demetria arregalou os olhos. – Sim, Dª
Demetria! A mãe pensou em ir visitar-vos e levar uns docinhos, mas ela ouviu um
berreiro na porta de entrada. – Aquela era a razão repentina de convidar apenas
Demetria para jantar fora.
− Okay, nós estamos bastante mal. Já
ponderei em nos separarmos e cada uma fazer a sua vida.
− Porquê, porquê tão extrema, Demi?
– Dallas pousou o copo encarando brutalmente a irmã.
− A Claire está desanimada. Ela quer
subir de patamar… − Demetria arfou.
− Como assim subir de patamar? –
Dallas adorava esmiuçar todos os detalhes de cada coisa simples para ter a
certeza de tudo o que já pensara, com Demetria não era diferente.
− Casar e ter família, diabo! Isso é
subir de patamar! – Demetria foi olhada de lado por algumas pessoas que estavam
no local, tinha-se exaltado e subido o tom de voz.
− Eu sabia… Demi, ela tem razão.
Vocês namoram há quase cinco anos, vocês não desempatam mais, vocês não se
sentem monótonas? Vazias? – Dallas
falou com toda a tranquilidade que nela habitava.
− Não é assim tão fácil. – Dallas
olhou-a de modo a obter respostas. – Nós somos lésbicas, casamento e filhos não
são coisas tão fáceis assim. – Dallas riu-se.
– Demi, o casamento já é legal e as
crianças podem, sim, ser facilmente concebidas através de inseminação
artificial ou in vitro ou até adoção.
Como é que pensas que a neta da Caroline teve filhos? – Continuou a rir-se sozinha.
Friday, 11:23 P.M. Lovato’s
House, California
– Demi? Demi, por favor vem aqui! – Claire gritou pelo nome da amada.
Demetria subiu as escadas sem grande pressa ou pressão, empurrou a porta
e deu de caras com Claire à porta do closet
do quarto de ambas. Claire estava divinal, diferente de há cinco anos, mais madura.
– Podes-me ajudar? Com os sapatos? – Claire abanava a mão à frente da
cara da namorada hipnotizada consigo. Demetria pensava consigo o que estavas
prestes a fazer, tinha a sua amada à sua frente, de toalha.
– Claro! – Demetria ajudou-a com os sapatos, ajudou-a a encaixá-los.
– Obrigada, amor. – Ela voltava a
chamá-la de amor. – O que estás a fazer, Demi? – Demetria tinha uma caixa
com um anel de noivado, bastante brilhante, quando Claire a olhou.
– Queres casar comigo? – Demetria aproximou-lhe a caixa do seu rosto.
Claire começou a chorar e a rir num misto
de emoções que nem mesmo ela entendia.
– Claro que sim, meu amor! – Claire ajoelhou-se e abraçou a sua recente noiva, o seu choro de felicidade não
queria parar. A sua toalha quase caiu corpo abaixo, mas deteve-a.
Demetria colocou-lhe o anel de noivado no quarto dedo da mão esquerda e
beijou-a profundamente e genuinamente, achou, por bem, deixar a toalha de Claire cair
no chão.
– Ops! – Demetria fingiu arrependimento levando Claire às gargalhadas. Demetria
olhou atrevida para a noiva, era suficientemente
atrevida para fazer ali mesmo amor com Claire, no meio do chão.
− Demi para de me olhar
assim. Sabes como me deixas envergonhada. – Claire repreendeu Demetria
batendo-lhe no ombro.
− Desculpa Claire, mas a
culpa é tua. – Demetria dava sucessivos beijos entre palavras.
− A culpa é minha? – Claire
gargalhou, sabia que se tratava de ironia. Parou repentinamente os beijos quentes
de Demetria pelo seu pescoço.
− Sim, tu provocas-me com
esse corpo. Qualquer mulher heterossexual se atiraria a ti se te visse nua. Mas
essa visão só é e como sempre será minha e de mais ninguém.
− Ah Demi, tu continuas a
ser super atenciosa mesmo depois de tudo o que te fiz passar e… − Demetria
calou Claire com um beijo cheio de desejo,
calor e sobretudo paixão. − Não
achas melhor nós fazermos isto na nossa cama que aqui?− A garota de cabelos roxos
perguntou entre selinhos molhados.
− Qual é o problema? Quem
foi que quis fazer amor no banco de trás de um carro? – Demetria provocou-a,
recebendo um olhar de reprovação.
− Mas tu adoraste a maneira
como eu dava estocadas profundas em ti. – Claire ripostou percorrendo a
extensão entre a boca e os seios de Demetria.
As duas pararam, encararem-se
com respirações descompassadas.
Demetria dominou-a, ficando
encima dela. Beijavam-se como nunca, os corações descompassados faziam sintonia
com o barulho do relógio da mesinha de cabeceira. Não podiam adiar mais, precisavam de se unir como uma só, ter a sua
hora de prazer, há algumas semanas que
Claire se recusava a fazer amor com Demetria.
Claire parou o beijo por
falta de ar, encostou a sua testa à de Demetria – Demi, tu és incrível. – Demetria
passou as mãos pelo corpo de Claire que gemeu baixo.
− Agora sim, vais poder
amassar-me inteira. − Claire riu safadamente. Uma insanidade percorre-a, tirou
às pressas o vestido de Demetria.
Demetria já só tinha a sua lingerie, esfregava a sua intimidade, ainda
coberta, com facilidade na intimidade, também vestida, de Claire. Os seus
gemidos eram música colorida, sabia que a sua noiva com certeza estaria
encharcada.
Tentou apreciar o perfume
de rosas, que lhe tinha dado há alguns meses. Fez uma trilha de beijos até aos
seios fartos de Claire, abocanhou um dos seus seios sem grandes inibições, alternava
entre leves mordidas e chupões, Claire gemia alto sentido as paredes da sua
intimidade contrariarem.
− É a minha vez. − Rapidamente
ficou em cima de Demetria. Claire beijou-a desesperadamente sendo correspondida
na mesma intensidade, mas não demorou muito para que parasse o beijo. Demetria
fez uma cara de reprovação, em instantes foi dando leves chupões até aos seios
de Demetria. Tirou o seu soutien, massajou os seus seios e beijou-a, como se
tratasse da continuidade do beijo anterior. Começou com algo selvagem e cheio
de desejo e terminou calmo e ternurento.
Claire mordeu levemente os
lábios de Demetria, chupava com intensidade os seus seios alternadamente que
levaram Demetria à loucura, fazendo-a arranhar as costas de Claire.
− Podes parar de me arranhar,
já terminei o meu trabalho. – Demetria puxou-a para um beijo calmo, voltando a
ficar com o controlo de tudo, outra vez.
− Quero ver se te vais
conter. Vais ficar completamente suada neste chão sem saberes o que te
aconteceu. – Demetria abriu as pernas de Claire, rolou os olhos até à sua intimidade,
deu leves beijos na sua intimidade.
Claire já sentia puta tesão por ter a língua de Demetria
a chupá-la, cada canto da sua intimidade completamente encharcada.
− Fode-me, já. – Claire ordenou-lhe.
Demetria obedeceu. A sua língua quente penetrou o
mais profundo que conseguiu, iniciando movimentos frenéticos de vaivém, fortes
chupadas e lambidas
– Oh meu Deus! − Claire
segurava o cabelo de Demetria, como controlasse os movimentos. Rapidamente Demetria
parou os movimentos brevemente e lubrificou dois dedos com a própria saliva,
penetrando-a sem dó nem piedade. Davam beijos para abafar os gemidos de Claire,
vez ou outra, alguns escapavam. Demetria ria prazerosamente ao ouvi-la gemer ao
ouvido.
Sentiu as paredes da sua
intimidade contraírem drasticamente, ela
iria gozar, aumentou a velocidade até sentir o seu líquido escorrer. Demetria
retirou os seus dedos da intimidade de Claire, e deu-lhe a lamber os seus
dedos.
Claire empurrou Demetria de
leve, retirou-lhe a única peça restante de roupa e massajou-lhe a intimidade. Abocanhou-a
sem interrupções, deu leves e macios chupões para não a magoar. Podia notar-se
Demetria a cravar as unhas nas costas dela.
Claire foi abrandando, penetrando-a
com a língua, trocando por um dedo na sua intimidade. Demetria contorcia-se de
prazer até que gozou. Claire fez o mesmo que Demetria, deu-lhe a provar de si mesma.
Claire e Demetria ficaram ali, a encararem-se no chão do closet.
− O que acabamos de fazer
foi uma loucura… – Claire beijou-a.
Saturday, 08:13 A.M.
Lovato’s House, California
O telemóvel/celular de uma
das duas tocou, faltando pouco para as oito e um quarto da manhã. Demetria
abraçou Claire por persentir que já estivesse acordada pelas voltas que tinha
dado na cama.
− Demi? – Claire chamou-a
baixinho.
− Sim? – Demetria respondeu
sem ânimo, parte de si ainda dormia.
− Precisamos falar. –
Despertou Demetria. – Não dá para ficarmos só nós as duas neste casarão. Eu não quero isso. Eu quero ter filhos,
agora que estamos noivas a vontade só cresce… − Claire limpou, o que Demetria
suponha, uma lágrima. – Eu quero ter filhos contigo…
− Tens razão. Está na hora
de construir uma família. – Demetria abraçou-a com mais força. – Vamos procurar
uma clínica hoje, que te parece?
…
Claire chorou de alegria,
por tudo o que um dia foi negro, hoje voltava a ser claro. Voltou a ter uma
relação saudável com a sua mãe, afastou o fantasma do seu passado, Wilmer, afastou-se de uma relação
tóxica, Taylor, namorou com Demetria, estava noiva dela e agora iria ser mãe.
Queriam ter mais de um
filho, sem dúvida. Queriam ter uma
gravidez cada uma, pelo menos. Desta
vez, Claire engravidaria. Era o
pré-acordo delas.
No mesmo dia procuraram uma
clínica. Uma clínica de renome, um pouco longe de casa, mas estavam tão
ansiosas que isso não seria um problema.
Na clínica, esclareceram a
situação delas, eram lésbicas. Foram
tratadas com o maior respeito e a maior simpatia, sendo-lhes aconselhada a inseminação in vitro. Demetria doaria os
seus dados genéticos juntamente com os do primo de Claire, sendo legalmente
delas e parecido com as duas.
Esperaram cerca de duas
semanas até o dia da inseminação, tinha sido uma espera agoniante, parecia ter
demorado uma eternidade, mas tinha
valido a pena. Claire estava extremamente nervosa e animada, enquanto
Demetria mal se continha de felicidade só de saber que Claire carregaria o
fruto do amor delas.
Todo o procedimento ocorreu
como esperado e pouco depois de uma semana, Claire fez o teste de gravidez. Ela estava finalmente grávida.
Quiserem rapidamente
espalhar a boa nova. Telefonaram imediatamente a toda a família que ficaram
deliciados com a notícia. Seria o
primeiro neto de Eva e de Dianna.
04 Months Later
Saturday, 10:24 A.M. Public
Civil Registry, California
A notícia da gravidez
de Claire caiu que nem uma bomba na
imprensa americana. Era o filho de um
casal de lésbicas, claro que tinha de ser polémico, não esquecendo que era
Claire Longoria. Polémico por ser um
filho de lésbicas ou de Claire?
Apesar da polémica,
Claire e Demetria descobriram dois meses antes do casamento, que Claire estava grávida de gémeas. O fruto do amor delas tinha-se multiplicado.
Em volta de toda a polémica, preferiram
esconder a notícia da imprensa.
Depois de a polémica
ter abafado, Claire e Demetria decidiram dar o nó quatro meses após saberem da
gravidez de Claire. Tiveram tempo suficiente para pensar em cada pormenor que a
celebração necessitaria, os convidados e o banquete pessoal.
Convidaram
os pais, os irmãos, o primo George e alguns amigos muito próximos, não queriam
pessoas desnecessariamente convidadas. O banquete seria em casa delas,
lembrando o máximo possível a união familiar.
O
registo civil ficou repleto de caras conhecidas, levando o nervosismo de ambas
embora. Claire sorria de orelha a orelha ao ver a sua mãe sentada na primeira
fila, e sorria juntamente com Demetria ao verem Caroline e George ao lado delas
como padrinhos da união.
− Eu, Demetria
Devonne Lovato, recebo-te por minha esposa a ti, Claire Smith Longoria, e
prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde
e na doença, todos os dias da nossa vida. – Demetria pronunciou as tradicionais
palavras enquanto segurava as mãos da sua amada.
− Eu, Claire Smith
Longoria, recebo-te por minha esposa a ti, Demetria Devonne Lovato, e prometo
ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, todos os dias da nossa vida. – Claire repetiu as mesmas palavras
tentando parar as lágrimas enquanto as suas mãos eram seguradas pela sua amada.
Eram agora casadas.
05
Months Later
Friday, 11:43 P.M.
Lovato’s House, California
Claire estava quase
no final da sua gestação. Em breve, Demetria e Claire seriam mães e poderiam desfrutar
de ter as suas filhas nos braços. Mas isso não as impedia de terem uma noite,
uma noite sequer de prazer, afinal a
barriga não era exageradamente grande para atrapalhar.
Iam
dizendo adeus à família que tinha jantado em casa delas depois do tradicional programa
famíliar. Tinha sido um jantar maravilhoso com Selena e Miley, que tinham viajado
para a Grécia com os respetivos namorados para passar férias nos últimos dois
meses; George, Eva e Caroline, que tinham ido ao Canadá visitar o país que viu
Caroline nascer; Madison, Dianna, e Eddie, que tinham viajado pelo Japão e México
e Dallas que se tinha refugiado temporariamente no seu apartamento algures na
Califórnia para concluir um livro que, segundo ela, já estava há demasiado
tempo no forno.
− Foi um prazer
ter-vos aqui a jantar connosco antes da Michelle e da Lauren nascerem. – Demetria
despediu-se por fim da sua mãe.
−
Meu amor, cuida bem de ti, sim? Prometes isso à tua mamã e à Carol? – Eva
abraçava a senhora de lado. Desfez o abraço e depositou um beijo na barriga da filha.
– Tu sabes que é uma gravidez de risco e se alguma coisa correr mal… sim? – Os
olhos encheram-se de água, prestes a transbordarem. Por ironia do destino,
Claire teve algumas complicações no decorrer da gravidez, talvez as preocupações e o stress que a mídia
provocava por serem um casal influente.
−
Ouve a tua mãe, Claire. As mães têm sempre
certeza sobre tudo. – Caroline chamou-a à atenção − E nada de resmungares. –
Caroline balançou negativamente o dedo.
−
Podem deixar, Carol e Eva. Eu cuido da nossa querida teimosa. – Demetria puxou Claire
para um beijo, carinhoso mas bastante profundo.
−
Custava-me crer que a minha filha fosse mais feliz com uma mulher do que com um
homem que eu própria teimava em escolher. Demi, tu estás realmente de parabéns.
A Claire escolheu bem. − Eva abraçou fortemente Demetria.
−
Claro, mãe. Errou, mas quem não erra, certo? − Claire abraçou a mãe e em
seguida Demetria.
−
Temos de ir, Eva. Se não o Eddie arrasta-nos. – Caroline avisou Eva.
−
Até mais, meninas. Fiquem bem!
Eva
e Caroline acenaram um último adeus, fecharam a porta assim que viram o carro a
desaparecer no horizonte. Claire esperou que Demetria acabasse de fechar a
porta branca. Pôs as suas mãos na cintura fina da esposa e beijou-a
tranquilamente, transmitindo a sua felicidade e nervosismo por faltar tão pouco
tempo. Demetria pôde apreciar toda a ternura que Claire transmitia, com
delicadeza encostou-a à parede gélida da cozinha.
−
Parece que tudo não passa de um sonho… – Demetria colocou os cabelos de Claire
atrás da orelha, mesmo sabendo que
acabariam por voltar a cair para a frente.
−
Eu quero ser tua para sempre, Demi. Simplesmente.
− Claire falou delicadamente, deixando-se levar na profundidade dos olhos da
esposa.
Demetria
sorria o máximo que podia e riu levemente, não por achar graça, mas porque
aquelas palavras a levavam à plenitude máxima da sua alma.
−
Vamos para o nosso quarto? Estas duas traquinas não estão quietas. − Claire acarinhou
a sua barriga, confessando baixinho de maneira engraçada.
−
Claro. Tudo por causa destas duas. – Demetria riu. Guiou Claire até ao seu
quarto, de mãos dadas, a sorrir até ao quarto. Demetria depositou um último
beijo no seu pescoço, arrepiando e excitando cada parte de Claire.
…
Já
se preparavam para deitar, mas era óbvio que não conseguiriam adormecer tão
rapidamente. Estavam tão apaixonadas uma pela outra, queriam admirar-se
mutuamente através do amor que nutriam uma pela outra.
−
Demi, olha só! − Claire estava sentada com uma almofada atrás das suas costas
quando agarrou na mão de Demetria. As suas gémeas, ou uma delas, pontapeava a
barriga de Claire. Eram realmente muito
irrequietas.
Demetria
estava surpresa, estava emocionada por ainda mal acreditar que eram as suas
filhas, as suas filhas já davam sinais de que as queriam conhecer.
−
Oh, Demi! Não chores! – Claire limpou a sua lágrima.
−
É de felicidade, meu amor. – Demetria estava loucamente feliz que recorria
frequentemente ao riso. Beijou Claire na barriga, nos seus lábios, agora
inchados devido à gravidez, e depois no pescoço.
− Tu deixas-me
arrepiada com isso. – Demetria tinha plena consciência de como a deixava, louca por ela.
Sabia como estava
sensível ao seu toque, sabia como era muito mais fácil e frequente ser ela a
dar prazer a Claire e assim obter o seu. Beijou superficialmente os seus seios.
Por
cima da sua peça intima, Demetria massajava-a. Claire tinha-se calado pondo as
mãos nos ombros de Demetria. Não demorou muito até deslizar a sua mão para
dentro da peça intima e sentir a lubrificação da sua esposa, apenas
massajando-a circularmente.
Claire
iniciou um beijo calmo, mas longo. Evitava os gemidos que seriam horrivelmente
altos e sentidos ao máximo devido à sua sensibilidade. Demetria puxou-a para
baixo, obrigando-a a deitar-se, dar-lhe-ia mais permissão para a começar
penetrar.
Os
seus dois dedos entravam e saíam facilmente, aumentando a velocidade e
profundidade. Demetria parou quando as ancas de Claire pararam de rebolar com
um último gemido estrondoso e quando sentiu os dedos inundados de um líquido
mais pegajoso.
Claire prontamente
lambeu os dedos de Demetria, que sempre lhe dava a provar, olhando-a
intensamente. Beijou-a, seguidamente.
Demetria
continuou com o jogo de olhares diretos e profundos. Sem nunca a deixar de
olhar, dirigiu-se à sua intimidade. Sem apressar, penetrava de modo delicado
Claire que puxava os lençóis, era
excitante vê-la assim por sua causa.
Claire gemeu uma
última vez arqueando a sua coluna. O pique da onde de prazer de Claire explodiu,
por fim, na boca de Demetria.
Saturday, 04:39 A.M. Lovato’s House, California
Claire abriu os
olhos ainda pesados de sono. Não se conteve em lembrar da noite que tivera e
também que completava nove meses de gravidez. Olhou para os braços de Demetria que
a rodeavam e acariciou as mãos da sua esposa que estavam por cima da sua
barriga. Demetria despertou e sorriu.
−
Não consegues dormir também? – Demetria disse quase como um sussurro
aninhando-se ainda mais contra Claire.
−
Não, estou apenas ansiosa para ver estas duas traquinas, Demi. Passamos por
tanto, parece um sonho. − Claire deu um último beijo a Demetria e calou-se,
tentando descansar.
Saturday, 05:45 A.M. Lovato’s House, California
Claire voltou a
acordar, desta vez sentiu um líquido quente a escorrer entre as suas pernas,
para não falar que o seu corpo começava a lentejar de dor. Claire pensou
imediatamente no óbvio, entrara em
trabalho de parto.
−
Demi! Demetria acorda! – Claire gritou aos ouvidos de Demetria, sentindo a sua
garganta sufocar em agonia devido ao que estava prestes a acontecer.
−
Dorme que isso passa… – Demetria aconselhou-a pensado que se tratasse de um
pontapé das gémeas. Demetria estava exausta de não passar uma única noite
descansada sem acordar uma vez que fosse, não atirava as culpas a Claire, longe disso.
−
Não é isso. – Começou a ter contrações cada vez mais fortes, forçando uma
careta de dor para que aquilo aliviasse. – Demetria, as gémeas… − Foram as
únicas palavras que Claire conseguiu pronunciar e que Demetria conseguiu ouvir
com clareza nítida.
Levantou-se
em sobressalto, vestiu-se à pressa e ajudou Claire a vestir alguma coisa.
Telefonou aos prantos à obstetra de Claire, que por coincidência não atendeu à
primeira tentativa.
Claire
gemia de dor deitada na cama, enquanto Demetria aguardava impaciente o barulho
de que a Dr.ª Cassandra teria atendido
− Dr.ª Cassandra? As águas da
Claire rebentaram. – A sua voz tentava transmitir uma Demetria calma, mas a sua
rapidez a falar dava a entender o contrário.
− Agora mesmo? – Dr.ª Cassandra
respondeu com uma voz sonolenta – Vou a caminho do hospital. Mantenha a calma e
leve a sua esposa para o hospital.
Demetria respondeu
prontamente com “Okay” e desligou a
chamada, preparando-se para enfrentar o trânsito surgido do nada à hora mais
inconveniente. Obedecendo às instruções da Dr.ª Cassandra, virou-se para ajudar
Claire a tentar andar até ao banco do acompanhante do carro.
Saturday, 05:57 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
Demetria
estacionou às pressas à entrada do hospital, andaram até à receção do hospital
com cuidado. Uma das enfermeiras ajudou-as de imediato, sentando Claire numa
cadeira de rodas. Demetria conseguiu dar um selinho curto nos seus lábios antes
de a ver a afastar-se no vazio do corredor para o bloco da sala de partos.
Claire sorriu-lhe pela primeira vez depois das suas águas terem rebentado.
Uma outra
enfermeira apareceu pedindo a Demetria que aguardasse nas cadeiras de espera. Seria
insignificante estar sentada ou nada, Demetria acabaria por se levantar e
correr o hospital inteiro por ansiedade.
Saturday, 06:05 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
− É o vosso
primeiro filho? – Demetria já se preparava para levantar e percorrer o hospital
quando uma enfermeira se sentou e iniciou a conversa. Ela tinha reparado na sua ansiedade a léguas.
− É sim! –
Demetria sorriu ao pensar no sorriso que Claire lhe tinha fornecido, porém
havia alguma coisa que lhe dizia que alguma coisa de mal aconteceria. Lágrimas
formaram-se nos seus olhos ameaçando descer sem controlo.
− Não fique assim,
minha linda. Vai correr tudo bem. – A senhora abraçou-a. – Ela já entrou há muito?
− Não, ela acabou
de entrar. – Demetria levantou a cabeça, não lhe valia de nada criar paranóias.
− Tenha calma. Vai correr tudo bem. – A
enfermeira, que teria perto de cinquenta anos, sorriu-lhe. – Vim lhe perguntar
se queria assistir ao parto. – Demetria sentiu arrepios, engoliu em seco apavorada
com a ideia. Restou-lhe acenar positivamente a cabeça e seguir a enfermeira
corredor afora.
Para que pudesse assistir
ao parto, Demetria entrou numa sala para se vestir com uma roupa especial e
higienizada. Depois de dois minutos sobre o que aconteceria ali, pôde entrar e
ver Claire deitada e pronta para o que se sucederia. Dr.ª Cassandra também já
estava a postos para o que aconteceria, acalmando Claire.
Demetria
permaneceu ao lado da sua esposa dando-lhe a sua mão para que esta a segurasse,
sentindo a sua mão ser quase “esmagada”
pela sua força misturada pela agonia e dores.
Tudo estava a
correr muito bem até Claire ter uma queda de pressão, Demetria tinha-o pressentido. Os médicos comunicaram pelos olhares atrapalhando-se
na circulação pela sala, pediram educadamente a Lovato para se retirar e esperar
do lado de fora.
Demetria, de
facto, estava calma e saiu sem barafustar, afinal não ajudaria. Uma vez fora da sala, permitiu que o seu corpo caísse
na cadeira, imaginando todos os cenários possíveis tendo um ataque incontrolável
de choro e soluços. Não queria acreditar que a vida lhe tiraria o seu bem mais precioso, ela. Que raio
de ironia, hein vida?
Jurava que estava
a ter um ataque de pânico ali mesmo, uma dor no peito avassaladora domou-a sem
rédeas. Já há muito que deixara de seguir a religião tal como ela era,
geralmente, ensinada, preferia acreditar na sua fé e não na dos outros, mas foi
ali que começou a rezar no desespero.
Restava-lhe
acalmar-se e os bons momentos passavam como flashbacks
na sua mente. Momentos repletos de felicidade que tiveram, como se conheceram,
o primeiro beijo, a reconciliação, o pedido de namoro que valeu a pena esperar
e as noites em que se amavam no meio da
guerra de lá fora… Havia uma grande hipótese
de só restar isso.
O casamento foi,
sem dúvida, maravilhoso aos seus olhos. Ambas envergavam vestidos brancos com
rendas na parte superior e a parte inferior eram em lápis, mas não era isso que
as fazia lembrar daquele dia, era o sorriso delas. O sorriso mais sincero,
cheio de emoção que mais um pouco rebentaria.
A lua-de-mel que
fora um pecado de tão maravilhosa que fora. Fizeram loucuras não planeadas,
Claire revelara-se muito menos tímida que inicialmente. Gostava dela quando era
mais “inocente” nesse quesito, mas amava-a agora que estava mais à vontade.
Mesmo depois da lua-de-mel, Claire pedia, fazia e sugeria coisas.
E como podia
esquecer o dia da inseminação? Claire estava fora de si, ansiosa, nervosa, alegre,
mesmo não admitindo nem transparecendo muito tais emoções, porém bastava
olhá-la para lhe ler a alma. Seria possível ficar indiferente em relação a
Claire carregar alguém, que viriam a ser duas, provinha delas?
O que dizer do
momento em que descobriram ser duas meninas? Sabiam da probabilidade de poderem
ser gémeos, mas duvidavam que lhes acontecesse. As suas mães ficaram
extremamente emotivas com a notícia, tomando a livre e espontânea vontade de
comprar o enxoval, decorarem o quarto dos bebés, as roupas, brinquedos…
No início da sua gravidez,
Claire teve algumas oscilações no humor. Foi dos oito aos oitenta, ou estava extremamente
sensível ao ponto de discutirem aos altos berros ou com um desejo obsessivo
pelo prazer que Demetria lhe poderia fornecer. Demetria tentava não se abalar
muito com isso, eram as hormonas da gravidez, era o medo de estar grávida pela primeira vez. Era o medo e a
excitação.
Só
que, neste momento, preferia aturar um surto neurótico de Claire devido às suas
hormonas que estar sentada naquela cadeira com marcas evidentes de que milhares
de pessoas já se tinham sentado lá. O que faria se ficasse sem o seu grande amor
pelo qual lutou sem se arrepender? Ou sem os seus amores que ainda não conhecia?
Fechou os olhos, permitiu-se que descansasse por segundos daquele pesadelo real.
Saturday, 09:10 A.M. Queen of the Valley Hospital, California
− Menina? – Demetria acordou com suaves abanos
de uma jovem enfermeira. Demetria ainda estava sentada naquela cadeira, quanto
tempo se tinha passado? Não fazia ideia do tempo que tinha dormido, mas tinha-lhe feito bem.
−
Sim? – Após se endireitar na cadeira, Demetria respondeu à enfermeira.
−
As suas filhas já nasceram. – A enfermeira falou entusiasmada. – Quer-me
acompanhar? – Demetria levantou prontamente para seguir a enfermeira. Os
corredores estavam muito mais barulhentos que quando tinham chegado.
Sentia
um súbito calor invadir-lhe o corpo ao aproximar-se do quarto M27, ouviu choros
de bebé. Eram as suas filhas.
Assim
que a enfermeira abriu a porta, viu Claire sentada de cabelos desarranjados.
Claire saciava a fome aos bebés, um em cada peito. Era maravilhoso ver aquela
imagem, Claire comunicava-se com os bebés através de sorrisos. Demetria avançou
e sentou-se perto da sua esposa, que já tinha reparado na sua presença.
−
São as nossas filhas, Demi. – Claire sussurrou como se ainda não acreditasse.
…
Michelle e Lauren, era o nome das suas
filhas. Michelle era mais velha catorze segundos e mais parecida com Demetria,
enquanto Lauren era o retrato claro de Claire.
Demetria não
tardou em telefonar à família e amigos mais próximos. Ficaram radiados pelas
gémeas quando as puderam ver e a Claire que descansava.
05
Months Later
Saturday, 03:21 P.M. Barnes
& Noble, California
Michelle
e Lauren cresciam a olhos vistos, ficando cada dia mais parecidas com as suas
mães. Demetria e Claire estavam cada vez mais satisfeitas com a sua vida
profissional e pessoal, só tinham motivos para sorrirem.
Dallas
tinha finalmente concluído a escrita do seu livro, ou como lhe chamava, a sua “obra-prima” que tinha demorado cerca de
cinco anos. Dallas confessava que lhe tinha dado muito trabalho, muitos
esgotamentos, dores de cabeça, mas também lhe tinha proporcionado muita alegria
ao escrevê-lo.
A
veia curiosa de Claire não se calou para lhe perguntar a sinopse e personagens
ao que recebeu um “Logo, verás.” como
única resposta.
…
Dallas
tinha finalmente aparecido para começar a apresentação do livro “Who’s That Girl?” no Barnes &
Nobles. Estavam imensas pessoas da família e amigos da família e de Dallas,
estava um frenesim quando surgiu no pódia frente à multidão.
Dallas
tinha mudado imenso, tinha o cabelo mais curto e claro, para não falar que
namorava alguém às escondidas.
–
Boa tarde! Eu sou Dallas Lovato, a autora de “Who’s That Girl?” – Dallas começou por uma breve apresentação sua e
do livro, que mal ela sabia que iria ser um best-seller meses depois. Não era a
sua primeira apresentação, mas era visível a sua nervosidade.
Dallas
olhou para as primeiras filas onde se encontrava Demetria e Claire, Dianna,
Eddie, Madison e a sua amiga Rose e George, para o qual sorriu mais
abertamente.
–
O livro está disponível para compra em qualquer livraria online ou física a partir de hoje. – Uma ovação começou. – Queria
esclarecer que é um romance, um romance lésbico. – Um silêncio dominou o local
enquanto alguns torciam o nariz chocados com a novidade. – Este é um romance
inspirado na minha irmã e cunhada. – Dallas olhou-as, ambas olhavam-na
incrédulas com a homenagem. – Eu senti-me inspirada pelo amor das duas e
comecei a escrever este livro há anos e foi por isso que não pude acabar tão
cedo. Devo dizer que aliei a história delas com parte de uma história fictícia
que criei. Ah, e devo agradecer à pessoa que me ajudou com os detalhes da
história da minha irmã, o meu namorado, George Smith.
O
espanto abateu-se pelo local, aquele era
o amor secreto de Dallas, o primo de Claire. Demetria e Claire ficaram
maravilhadas, não podiam acreditar que era ele durante todo aquele tempo.
George encolheu os ombros como resposta aos olhares maravilhados das duas.
…
Assim
que a apresentação terminou, Claire e Demetria bombardearam Dallas com
perguntas.
–
Sua safada, como conseguiste esconder isto? – Claire bateu de leve no ombro de
Dallas. Claire passava Michelle de braço para braço devido ao seu peso já se
fazer notar.
–
Não faço ideia. Sentia-me como uma miúda de dezasseis anos a viver o seu
primeiro amor. – Dallas beliscou a borda do copo de champagne ao ver George
aproximar-se.
–
Eu fui o teu primeiro amor com dezasseis anos. – Dallas corou ao George a
abraçar de lado.
Era
verdade, George e Dallas tinham-se conhecido por acaso com dezasseis anos no
liceu. Tinham sido o primeiro e último amor de cada um, tinham sido o primeiro
beijo, o primeiro namoro, a primeira vez, o primeiro tudo de cada um.
Claire
e Demetria sorriram-lhes e deixaram o casal a sós. Queriam ficar perto da
família, aproveitar os últimos dias antes de seguirem para férias no Havai com
as gémeas e Madison e Rose.
–
Traz-me uma certa nostalgia, este sítio. – Dianna sorriu para a filha. –
Lembro-me de passar aqui todos os dias depois da escola com a Demetria quando o
Patrick se foi. – Demetria abraçou a mãe com Lauren nos braços.
–
Parece que, agora, a família está reunida. – Claire sorriu enquanto Michelle
brincava com os fios de cabelo da mãe.
–
Verdade. Agora é a vez de a Madison dar a conhecer os namorados à família. –
Dianna olhou para Madison e deu um gole no seu champagne. Eddie ficou nervoso,
custava-lhe acreditar que a sua “bebé”
estava a crescer e em breve voaria para longe do ninho do pai.
–
Acho
que serão namoradas. – Claire riu suavemente ao olhar para Madison
ainda sentada na cadeira a falar com Rose, para quem olhava apaixonada. Claire
e Demetria conheciam bem aquele padrão de olhares.
Fim